domingo, 21 de fevereiro de 2010

União, Integração 2

Imagine que você quer construir uma casa. Agora imagine que você será o único responsável por toda a obra: projeto, aprovação, compra de materiais, construção da estrutura subterrânea, piso, paredes, telhado, tubulação, esgoto, eletricidade, acabamento e etc.

Tente visualizar quanto tempo você demoraria para construir sozinho esta casa, por menor que ela fosse. Tempo de estudo, aprendizado, experiência prática e tempo de execução.

Por mais eficiente que você pudesse se tornar, o tempo necessário seria muito... muito maior do que o tempo somado de várias pessoas cumprindo todas as mesmas tarefas executadas por você. Isso demonstra que na prática quando conseguimos interrelacionar nossas atitudes e unir esforços podemos multiplicar(não apenas somar) o nosso poder contrutivo.

Quando é que não conseguimos fazer isso? Quando, por qualquer motivo, temos problema de convivência, quando não conseguimos nos relacionar positivamente com os vários seres que habitam o nosso planeta.

Aurobindo, um grande Mestre shakta, dizia que a dificuldade entre os seres humanos é a diferença de ritmo.
Isso quer dizer que quando não conseguimos observar e respeitar o ritmo do outro, o nosso próprio e aproximar estes ritmos, não conseguimos unir esforços e algumas tendência tais como repulsão, incompreensão, insatisfação e outras acabam por minar a potencialidade desta integração.

Isso também explica muitos dos acontecimentos dentro de grupos, empresas, instituições. Quando um indivíduo pensa, sente e age muito diferente de um certo grupo, dificilmente ele conseguirá continuar produtivo em contato contínuo com este grupo, quando atua ou depende da atuação direta do resto do grupo. Geralmente, depois de um tempo, ocorre uma cisão. Algumas vezes com cordialidade, outras nem tanto cordiais.

Você já deve ter percebido também que as pessoas que tem mais experiência e sabedoria conseguem conviver bem e se relacionar produtivamente com muitos tipos de pessoas. Às vezes, estes também conseguem mediar situações entre duas pessoas que tem dificuldade de convivência entre elas, funcionando como mediadores.

Lembra quando, vez ou outra, em uma desavença com um amigo ou namorado(a), havia aquela pessoa que ouvia, conversava e compreendia as duas partes? Tal pessoa se aproximava em sentimento e ponto de vista com cada um separadamente e conseguia fazer com que os dois se aproximassem novamente. Isso porque não se envolvia emocionalmente, já que a desavença não tinha relação com ela.

Será que nós conseguiriamos ter o mesmo comportamento diante de uma situação que nos envolve?

Já que nós temos esse tamanho de massa cinzenta que nos foi oferecida e a capacidade de somar 1 + 1. Podemos parar para pensar um pouco sobre isso, ao invés de ficar plantado na frente da TV em pleno domingo assistindo Faustão.

Quero dizer que nós temos sim, por natureza, capacidade de mudar nosso estado emocional e mental com ferramentas tais como a respiração, meditação e etc. Assim podemos fazer com que, parte de nós, não abalada pelas variações emocionais e mentais possam se relacionar melhor com os familiares, amigos, colegas, conhecidos, desconhecidos e até "inimigos", isso sem contar a infinidade de espécies que sucumbem dia após dia diante da inconsciência humana.

Sabe o que explicar o fato de alguns predadores caçarem em bando e outros não? Dificuldade lidar com o emocional, dificuldade de confiar nos outros e em si próprio.

Observando o comportamento do ser humano podemos verificar tendências muito parecidas com as do reino animal. Isso explicar o fato de muitos de nós nos interessarmos tanto por canais de TV como NATGEO ou Discovery Channel. Ali, a cada programa, nos identificamos com capacidades e atitudes boas e não tão boas, "inteligentes" e não tão "inteligentes". Somos muito parecidos com outras espécies.

Qual a diferença entre dois leões de disputam com garras e dentes a liderança do clã e de dois pitboys que disputam com socos e pontapés a atenção da galera?

Será que nós podemos melhorar um pouquinho?